segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Tempos de tempestade

Dias ruins começam com um bolo na véspera. Defitivamente. Depois se seguem dormir mal, acordar atrasada, chegar depois do chefe e descobrir que o processo que você ficou fazendo em casa até meia noite e precisa apresentar impresso até às dez da manhã, ficou gravado em um disquete que não abre. Você reza pra pegar o mais rápido possível uma alergia perversa que vai deixar seus lábios do tamanho de uma laranja e a pele vermelha que nem um tomate, pra ficar na cara que você realmente tem um problema e precisa de uma dispensa para ir ao médico.Lila sabe bem o que é isso. E o que ela costuma fazer nessas situações é desenvolver um curioso colapso nervoso sintomático de respiração ofegante, dislalia e dor de barriga. Para dias ruins, Lila sugere um galinho de arruda, sempre a postos, para o caso impossível de não conseguir reclusão em domicílio, repouso de doze horas e abstinência de qualquer estreitamento com o mundo exterior, seja ele uma simples conversa por telefone. Que dirá sobre contato sexual(?) como suas amigas gostariam que tivesse feito no fim de semana. Lila adora ser a amiga solteira de meninas que namoram. Pois essas sempre saem com os namorados e a convidam para ir junto. Lógico que os namorados das amigas preferem um momento a sós, mais íntimo, e por isso levam junto seus amigos solteiros para apresentar à Lila. Apesar de dias ruins no escritório- um lapso pois Lila é muito esforçada e eficiente- ela não pode reclamar que não esteja apostando alto na loteria do amor. E agora sim, investindo em vários bilhetes.Tudo bem que tudo tenha dado errado hoje. Tudo bem que ela recebeu um bolo na véspera e em seguida uma promessa não cumprida de encontro. Isso pode significar muitas coisas, inclusive que ele simplesmente não está afim dela. Mas apesar de tudo, Lila quer deixar bem claro que não tem nada a ver com fato de Fábio ter se separado da esposa...

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