segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Fumando, espero

Arrumar o armário é como limpar a alma das coisas idas ou refrescar a memória das boas saudades. Joguei um monte de coisa no lixo e saboreei delícias do meu passado. Entre elas, um cd de músicas que um antigo rápido amor me deixou com músicas, textos e poemas. Foi bom ler e ouvir, mas senti uma dorzinha de prazer ao imaginar que ainda tenho tempo para voltar pr'aquilo... O Vinícius foi um grande amigo do teatro. Depois do fim do curso, nos encontramos algumas vezes por puro acaso e, nessas ocasiões, conversávamos bastante sem nunca nos revelarmos inteiramente. Até que nos encontramos numa festa e eu esqueci que amizade era a nossa e passei a querê-lo com todas as forças. Deu-se início a nossa ciranda de desencontros: eu tinha dado um tempo no meu namoro, mas o Vinny estava firme e forte com alguém. Depois, o Tony voltou e o Vinny tinha terminado seu relacionamento. Era como sempre estarmos na contramão um do outro. Eu fiquei com os dois! Não larguei o Vinícius por completo. Mas também não fui dele por inteiro e o magoava todas as vezes em que não o encontrava porque meu namoro tinha suas prioridades. "Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele!" Sentia culpa e me entregava em seguida, ou vice e versa. O saldo disso tudo é que o Vinícius ficou com medo depois que me mudei para Brasília e sumiu do mapa. Se afastou mesmo, não respondia recados, não atendia o telefone e eu esqueci. Quatro anos se foram e, arrumando meu armário, um cd me força a lembrar que existe um Vinny todo especial que nunca viveu de verdade comigo e mando um e-mail super sóbrio com um dos textos do cd que ele fez em anexo. Só pra ele se lembrar também. E a resposta não foi nenhum "viveram felizes para sempre", mas, mesmo assim bem animadora. Ele está namorando (e eu não), como era de se esperar. E daí, entre tantas coisas que foram para o lixo, está essa minha mania de esperar. De esperar o Tony se arrepender de ter me deixado, esperar que ele toque a campanhia morto de remorso implorando o meu perdão, esperar que o seu curso acabe e que ele venha fazer uma visita. Esperar não é igual a uma esperança saudável. No que se refere ao Vinícius, prefiro agir.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Mensagem de carnaval

Lembrei-me hoje de um carnaval há uns dois anos. Eu fui na cozinha procurar o que comer e meu amigo Buta na sala mexendo no twitter. Daí que eu encontrei na geladeira metade de uma tort Miss Daisy que jazia há semanas atrás de uma sacola com repolho e queria saber se a torta ainda estava boa. Fui na sala e ofereci: -Buta, vc já provou dessa torta Miss Daisy? -Não. -Nossa, é muito boa. Você tem que comer isso. (Enchi uma colher e dei na boca dele) -Hummm (fazendo cara de agrado) muito boa hein? Eu comecei a rir descontroladamente e confessei que meu objetivo era ver se a torta ainda não tinha passado. Ele riu muito e eu peguei uma colherada cheia e botei na boca. Nunca comi nada mais azedo na face da Terra. Cuspi na bandeja da torta e fiquei com ânsia uns bons dez minutos. Moral da história: nesse carnaval, não vou gozar na cara dos outros, senão vou acabar com a cara gozada!