terça-feira, 27 de janeiro de 2009
LEIA BEM DEVAGAR!
Faz pouco mais de dois anos
Quase vinte e cinco meses
Noventa e nove semanas
Seiscentos e noventa e três dias
Contei um por um
Esperei cada um deles passarem
"Aguardei a chegada do próximo"
Dezesseis mil, seiscentas e trinta e duas horas
Embora algumas delas eu tenha passado dormindo
Não deixei de sonhar com você
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
O final de Catarina
A novela acabou sexta- feira com um significado especial para Catarina e para mim. A personagem de Lília Cabral era a melhor de todas, na minha opinião (depois da Flora, é claro). Já repararam o que se passou na sua trajetória desde o começo da trama?
1) Ela era casada com um homem rude, estúpido, que a tratava como empregada- quando não como a um cão sarnento- e que chegou inclusive a bater nela- pelo uma vez que eu tenha visto.
2) Ela se cansou, separou-se, conseguiu um emprego e, depois, vendo que o marido precisava muito dela, reatou o relacionamento. Nesse momento, ela já era uma mulher diferente que não aceitava mais de forma tão submissa todas as coisas ruins que o marido fazia.
3) Por ser uma novela que tratou os assuntos de forma muito séria, é lógico que ele não chegou a mudar nem um pouco depois da ausência de Catarina. Ela separou-se novamente e dessa vez para não voltar mais.
4) O dono da quitanda, que era apaixonado por Catarina desde o início da novela, pediu-a em namoro, proporcionou-lhe o melhor sexo da vida dela e marcou para logo a data do casamento.
5) Na véspera, Catarina chamou-lhe no canto e lhe disse, em resumo, algo como: "Você me mostrou o mundo e é extamente por isso que eu não posso casar com você. Agora eu sei a dimensão de todas as coisas e não posso me prender a você sem antes viver plenamente tudo o que existe."
Na última cena, Catarina, agora dona de restaurante, se despede da família, entra no carro e vai com a amiga lésbica em direção ao aeroporto, de onde seguirá para Buenos Aires.
Convenhamos, a partir do que o histórico da teledramaturgia brasileira nos apresenta, que nenhum personagem da chamada "turma do bem" chegou ao último capítulo sem um par romântico. Nem que para isso surgisse, na última hora, o homem perfeito ou a mulher mais gostosa, que vinha do nada, só para que o público não sentisse pena do tal bonzinho que não merecia terminar solitário.
Catarina veio para mostrar que não é preciso ter alguém. O feliz para sempre dela aconteceu porque estava realizada com o trabalho, em paz com a família, feliz com sua amiga e cheia de uma incontrolável fome de viver. Ora, também quem se convenceria que ela ia ter tranquilidade ao lado de um homem, se o tempo todo não teve?
Catarina lutou a novela inteira para ser feliz, casada com o marido- é uma perseverante.
Deu mais uma chance ao homem da sua vida, mas não abaixou a cabeça- uma romântica cheia de dignidade.
Catarina largou tudo para viver coisas diferentes, enfrentando a hipocrisia de sociedade que a cercava e a criação que recebeu- uma corajosa!
O final de Catarina disse muito para mim. O que acontece quando a gente namora? Você cortou o cabelo, fez o jantar e locou o filme que o outro está querendo ver há um tempão e não reparam- dá vontade de morrer. Você vai naquela festa onde todos os seus amigos estão e o outro, sorrindo e bebendo, não sai daquela roda cheia de gente "interessante"- dá vontade de matar. Fique solteiro mesmo e vá conhecer Buenos Aires.
Se você sentir falta de alguma coisa, respire fundo, arrume o cabelo e siga em frente.
O maior amor do mundo deve ser o próprio.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Você
Você é o que há de bonito
de concreto e aflito
na capital do país.
Com todos os seus poderes
esses olhos tão verdes
nunca disseram o que eu quis.
Você é água do lago
sempre tão diferente
mas a gente aprende a lidar.
E caminhar ao seu lado
é a coisa linda
que eu posso imaginar.
Aquele que canta
encanta os meus roteiros.
Ilumina a vida.
Sol o ano inteiro.
Faz de Brasília o meu Rio de Janeiro.
Aquela que encanta
canta os meus letreiros
Passa na avenida.
Um passo certeiro.
Faz de Brasília o mundo inteiro.
Ele
Ele veio, sorriso estampado
Chegou devagar, quase atrasado
E te fez duvidar
Romântico, interessado
Ficou do seu lado
O banheiro não pode falar
Um lobo malvado
Um tanto atordoado
Bebeu e não quis se drogar
A luz, o som, o efumaçado
E aquele homem tatuado
Você ajoelhado
A um passo de acreditar
Teu sol nasceu quadrado
Você acorrentado
Prometeu que ia ligar
Mas seria um achado
Realmente um caso raro
Se isso fosse confirmar
Feito um disco arranhado
Você espera sentado
Esse dia não virá
Mas não fique magoado
Não se mostre preocupado
Que outra noite vai chegar
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