sábado, 26 de setembro de 2009

Jornal de hoje

Parei no sinal hoje de manhã e veio um cara me oferecendo o Correio Braziliense de hoje. Eu nunca compro jornal, mas como ele insistiu muito (era o último exemplar- acabando ele poderia ir embora) e eu ainda tinha uns trocados, resolvi pegar. Chamou minha atenção uma notinha bem curta na primeira página sobre um beijo homossexual que virou caso de polícia. Página 38. Lá vou eu conferir a matéria e fiquei até surpreso porque dava quase uma página inteira. Mas, na verdade, nem considerei um beijo homossexual. Dois amigos gays em um bar hetero. Um deles beija a face do outro e o gerente vem à mesa pedir que se comportem. Depois de uma discussão eles são convidados a deixar o lugar e resolvem prestar queixa. Seria um assunto muito interessante pra mim se, antes de ler a matéria, eu não tivesse visto o anúncio da missa de 7 dias de falecimento do meu ex- paciente- aquele do jantar com paella. Eu fui demitido há um mês. E ele morreu na semana passada. Eu nunca compro jornal. Eu não me lembrei que ele já foi presidente dos diários associados do Correio Brasiliense. Eu nem me toquei que hoje completam sete dias. E na mesma página em que está a única matéria que eu quis ler, veio o convite para a missa. Isso mexeu um pouco comigo. Eu tinha muito apreço por ele e por quase todos da casa. Tenho descansado muito e aproveitado todas as minhas horas de folga para fazer coisas para mim, mas sinto falta dele e das noites em que passei lá. Tinha que dizer isso nem que fosse só aqui. Enfim, não dava pra expressar em 144 caracteres... Quando eu me sentir mais preparado, conto porque saí de lá, porque não fui ao velório nem ao enterro semana passada e porque não vou à missa de hoje.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

07/09

Eu estou um pouco quebrado de grana este mês. Precisei sair do meu outro emprego e isso mexeu um pouco com meu orçamento apesar de me entregar de presente muitas e muitas horas a mais para eu dedicar a mim apenas. Não só por isso fiquei em casa o domingo e o feriado inteiros- já estudei, já fiz minha pesquisa para o livro, já ensaiei no violão, já visitei pornografia na internet. Daí, comecei a pensar em como sou dependente de uma companhia para fazer as coisas de que gosto. Meus grandes amigos de infância moram no Rio, uma amiga daqui mudou-se para São Paulo há uns dois meses, outra está lá também a passeio, não falo mais nem com o Fabio nem com o Bill e o grupo de amigos mais próximos (uns dez ou quinze) não atende ao telefone. Não era pra ser o dia da independência? Eu não vivo falando que sou independente e não preciso de ninguém? Belo discurso hipócrita. Mas não é por isso que estou aqui registrando meu fim de semana. A grande pergunta pra mim, nesse momento, é por que eu simplesmente não quero ligar para a única pessoa que sei que esta livre e vai me atender? Por quê? Meio sem resposta apesar de eu achar que sei os motivos. Nesse caso é melhor eu pegar o carro e passar no mercado para comprar objetos de uma outra dependência que tenho, voltar para casa e beber até o sono chegar...