Ela entra na sala sem que eu perceba
Acende um cigarro
Senta na minha poltrona predileta
E começa seu sombrio questionamento
Eu me recuso a responder
Mas fico remoendo aquilo na minha cabeça
Eu preferia que você não tivesse voltado
Que não me sufocasse sem sair do lugar
Onde eu estava oito de janeiro?
Por que estou sozinho de novo?
Ela é silenciosa e educada
Mas implacável e ameaçadora
Ela me diz o que não quero ouvir
"Você achava que havia tanto amor que
simplesmente não acabaria da noite para o dia?
Que era questão de tempo até baterem na porta e,
fora de si de tanta remorso,
imaginando se já não seria muito tarde para reivindicar a você,
lhe suplicassem por perdão?"
Onde eu estava oito de janeiro?
Depois, ela oferece proteção
Me leva até a varanda
E me faz querer cair através da rajada de vento
De alguma forma e bem depressa
isso facilitaria tudo.
Por que eu estou sozinho de novo?
Onde eu estava oito de janeiro?