quinta-feira, 23 de julho de 2009

Comer rezar amar

Às vezes, eu entro numas ondas de ler best-sellers, para entender o fascínio coletivo que esses livros geram ao redor do mundo. Na última tentativa, deparei-me com o (não excelente) mas muito interessante Comer, rezar e amar de Elizabeth Gilbert, sobre si mesma e o período que passou logo após o traumático divórcio, o sofrido relacionamento que usou de muleta e um ano que viveu viajando em busca de prazer, devoção e equilíbrio. Na introdução, ela fala de como percebeu a coincidência de, numa viagem de autoconhecimento, ter escolhido justamente três destinos que começam com a mesma letra “I” (Itália, Índia e Indonésia) e que esta letra significa “eu” em inglês. Em seguida, explica como aconteceu de aprender italiano (idioma que ela considera lindo) e engordar onze quilos nos melhores restaurantes da Itália. Como foi passar quatro meses enfiada num templo indiano, aprendendo a meditar e conhecer Deus e depois outros quatro meses em Bali, buscando o equilíbrio entre a vida mundana e a devoção espiritual. Equilíbrio esse que veio justamente com o amor já que, na Indonésia, nossa autora/ aventureira/ viajante apaixona-se inesperadamente por um brasileiro. Resolvi tratar deste livro aqui para citar os trechos que mais me chamaram a atenção. Cheguei a separar uns quinze trechos bem interessantes. Estranhamente, à época, pareceram bem mais interessantes do que hoje. Estranhamente, só achei que valesse realmente a pena transcrever dois trechos de “rezar” e um de “amar” que, na verdade, só fala de sexo. Por que será, hein? “(...) o simples ato de acreditar é um ato de fé, porque nenhum de nós conhece o desfecho. (...) Fé é mergulhar de cabeça e em velocidade total rumo à escuridão. Se de fato conhecêssemos previamente as respostas sobre o sentido da vida, a natureza de Deus e o destino de nossas almas, nossa crença não seria um salto de fé e não seria um corajoso ato de humanidade; seria apenas... uma prudente apólice de seguros.” “Deus vive dentro de você como você mesmo, exatamente da maneira como você é. Deus não está interessado em ver você executar uma pantomima de personalidade, de forma a corresponder a alguma idéia maluca que tenha sobre aparência ou o comportamento de alguém espiritualizado. Nós todos parecemos ter uma idéia de que, para sermos sagrados, precisamos operar alguma mudança imensa e dramática em nosso caráter, precisamos renunciar a nossa individualidade. (...) a cada dia, as pessoas que renunciam encontram algo novo a que renunciar, mas que, em geral, o que elas conseguem é uma depressão, não a paz. (...) Para conhecer Deus, você só precisa renunciar a uma coisa- a noção de que é algo distinto de Deus. Fora isso, simplesmente permaneça como foi criado, dentro do seu caráter natural.” “Sentir-se fisicamente a vontade com o corpo de outra pessoa não é uma decisão que se possa tomar. (...) Ou o misterioso ímã está presente ou não está. Quando não está (como aprendi no passado, com devastadora clareza), não é possível forçá-lo a existir, assim como é impossível um cirurgião forçar o corpo de um paciente a aceitar um rim do doador errado. Minha amiga Annie diz que tudo se resume a uma simples pergunta: ‘Você quer a sua barriga encostada na barriga dessa pessoa para sempre ou não?’”

3 comentários:

Não importa disse...

Aiai, André Aires e seus textos q me emocionam. Não sou fã desse tipo de livro. Por preconceito, eu confesso. Não curto coisas q se assemelham à autoajuda, se bem q de vez em qdo eu escrevo coisas super autoajuda.

Um amigo q gosta de dar uma de escrotinho e detesta livros de autoajuda comprou um livro q é paródia de comer rezar amar. Chama-se Beber Jogar Foder. Meu amigo disse q o livro é uma merda e q o autor desperdiçou um ótimo título de livro. Hahaha!

Qdo eu leio um livro bom, eu sempre marco as páginas - nunca risco - onde encontrei trechos interessantes. Tem trechos tão profundos q eu fico lendo e relendo até... não cansar. Eu nunca me canso, mas quase sempre acontece isso q te aconteceu. Depois o trecho parece menos interessante. Acho q isso acontece pq a gt tá na linha do livro, com um sentimento, uma ideia constante. Se vc volta e pega só aquele trecho não vai sentir aquilo de novo. Se sentir, virá com menos força, pq não é mais novidade.

Gostei demais: "Para conhecer Deus, você só precisa renunciar a uma coisa- a noção de que é algo distinto de Deus." Pensar assim é muito bonito. Não gosto de acreditar q deus é um ser vingativo e irado, como diz na bíblia. Gosto de pensar em compaixão, misericórdia, compreensão. Vc seria capaz de perdoar o cara q estuprou a sua irmã e esfaqueou seus pais? Minha resposta é: CLARO Q NÃO. E deus? Seria?

Li um livro mt legal do Marcelo Hipólito há uns dois meses. Chama-se Lúcifer: O Primeiro Anjo. É muuuuito bom. É literatura baseada em religiões do mundo todo e é mt doida a história. O final do livro é demais!! Recomendo. Mas ele retrata deus de uma forma q eu não acredito ser a verdadeira.

Sobre o seu vídeo. Hehe... Adoreeei a música q vc escolheu. As trilhas da Disney são mt boas, mas preciso ser sincera: vc precisa melhorar mesmo, como vc mesmo disse. Prometo q da próxima vez eu vou, pra aplaudir de pé, hein.
Beijo grande!

Não importa disse...

Nossa, escrevi um livro!

Eu quis dizer q da próxima vez, eu vou te assistir pra te aplaudir de pé. Quero ver a sua vitória.

Vinnie_oliver disse...

confesso q não conhecia o Livro, mas o titulo do texto me interessou, principalmente pela parte de "comer"(algo decorrente da minha mente suja hehehehe) o q lendo o texto descobri não ser tão sem fundamento. Acredito que é difícil se encontrar na busca de outro, temos q buscar o q queremos encontrar, e assim descobriremos o faz sentido pra nós mesmos.
Acho q to mais confuso agora do que antes de comentar.
kkkkk
bjs!