quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Vitor
Gosto muito de reencontros inesperados. Dão-me a sensação de que o destino tencionou algo, que o anjos tem um plano e Deus existe.
Lendo o texto anterior, vocês não só entenderão como darão razão para o fato de eu haver me endurecido para o amor num esforço fora do comum para parecer forte e não mais permitir que me machuquem. O problema é que, por muito tempo, confundi essa coisa de ser muito seguro de mim e achar que não preciso de ninguém com uma pequena vingança particular contra quem não tinha nada a ver com meu sofrimento. E pior, contra quem nem mesmo merecia.
Faz mais ou menos uns dois anos e eu conheci a pessoa mais especial que existe (tanto que nem sei se existe mesmo). Apareceu para mim num fim de festa, quase sol raiando e, numa rápida troca de olhares, lá íamos nós trocar amasso e números de telefone. Cinema aqui, festinha ali, uma pegação dentro do carro e eu me vi aceitando o pedido de namoro de alguém que eu não queria. Lógico que não levei a sério minha vida de compromisso e continuei me comportando como o solteiro mais vagabundo do pedaço. Fora isso, minhas habilidades para me livrar dos outros incluem uma reação muito peculiar às excentricidades alheias: tudo me incomoda e cada mínimo defeito é suficiente para eu querer pular fora. De uma hora pra outra, o talzinho foi me causando cada vez mais estranheza com seu jeito de ser. Enchi o fulano de chifre e sem nenhum critério para esconder dele. Ainda não tinha lido o manual do adúltero e acabei me deixando ser pego no flagra algumas vezes. Magoei demais essa pessoa e ele se foi.
Reencontrei há um ano (acho!) no fim do show da Paula Toller. Encontro rápido, umas palavras só e pronto. Depois disso nunca mais.
Nunca mais até sábado de madrugada no fim do show da Preta Gil (ele sempre aparece no fim de alguma festa...), na fila da boate para pagar a comanda e, depois de uma conversa muito constrangedora (nunca me senti a vontade com ele depois de toda maldade que cometi), aconteceu o beijo e aceitei sua carona. Ele chegou da Flórida há um mês onde passou o último semestre trabalhando, está com o cabelo curtíssimo e me contou todas as mazelas de sua temporada sozinho no exterior. É, definitivamente, outra pessoa. Muito mais maduro, mais engraçado, mais seguro, mais independente. Tudo o que eu não gostava nele sumiu e tudo o que eu gostava permanece. Daí vocês vão dizer “Bem feito! Agora, vê se aprende com isso e para de sacanear as pessoas boas porque elas, um dia, voltam ainda melhores e você fica chupando o dedo pensando como seria se ainda estivesse com ele.” Certo? Errado! A maior qualidade que eu vi numa pessoa como o Vitor, eu só vi nele. Ninguém parece ver o mundo de forma mais clara, ninguém parece ser mais tranqüilo com relação aos rumos da vida. Ele disse que me perdoa e consegue ver as mudanças que ocorreram em mim, o que passou já foi e o importante está acontecendo agora. Estamos nos vendo todos os dias e está sendo, como diria a Valéria, uma forma mais madura de me apaixonar. Não estou louco de amor, mas sei a diferença entre não ter nada em que pensar e passar o dia com a mente ligada no sorriso, no olhar, nas caretas de alguém. Só não vou ficar muito tempo imaginando como vai ser daqui pra frente porque é melhor me concentrar nesse momento tão sublime. Como o próprio Vitor filosofou ontem “A única coisa real é o agora. O passado já foi e o futuro não existe ainda”.
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4 comentários:
e ele (Vitor) tem toda a razão... tem que viver o agora mesmo hehe
é legal ler seus textos tão pessoais e que aprendemos tanto com seus fatos ... é muito bacana
abraços André
té mais
"Work like you don't need the money.
Sing like no one's listening.
Dance like nobody's watching.
Love like you've never been hurt.
Live like it's heaven on Earth."
autor desconhecido
Meu querido,
Estou simplesmente feliz de ver você crescido e crescendo.
Reli esse trecho de um texto meu e pensei em colar aqui para comentar o que você escreveu:
"E volto a Nietzsche o filósofo da experiência, aquele que não abre mão de experimentar. Lembrei de uma amiga muito querida, porém medrosa. Contou-me que sempre que vai a uma sorveteria pede o mesmo sorvete, por medo de experimentar outros sabores. Pode ser que o novo sabor não lhe seja agradável. E me dei conta que essa minha amiga perde a possibilidade de experimentar. De pelo menos saber se poderá ou não gostar. E desde então comecei a experimentar diferentes sabores de sorvetes, de bolos, de chocolates, de pães..."
Ser ou não ser?
Não gosta de correr riscos, então se tranca dentro de casa, a vida é um risco, e amar, apaixonar-se tbm. Por que? Porque não depende só de mim, mas depende do outro, e contar consigo mesmo é fácil, contar com o outro q é dificil!
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